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Cadê o Publico nos Teatros?

Atualizado: 18 de set. de 2021

Com 30% a capacidade de lotação liberada espetáculos vivem um tempo de indefinições. Apesar disso, algumas apresentações conseguem superar as expectativas

Por João Luiz Azevedo*



Se você quer saber a minha impressão sobre a reabertura total dos teatros, com capacidade de 100% de sua lotação disponível, eu vou te contar uma realidade que talvez você não saiba.

Primeiramente, precisamos saber como está o público nos teatros, agora com 30% de sua capacidade.

Os teatros estão lotados?

Estão vazios?

Quem poderia dizer?

Vou escrever abaixo somente a minhas reflexões. Agrade ou não, vamos a elas.

No início de maio deste ano, fui convidado para apresentar alguns shows musicais na programação de reabertura do IMPERATOR, um belíssimo espaço no Méier que atende com eficácia os moradores daquela região.


Do dia 30/06 ao dia 18/07, apresentei 12 shows no local. O sucesso foi tanto que fui convidado a apresentar mais 03 shows, em 04 datas, na semana seguinte, totalizando 15 shows em 16 datas.

Desses shows, 03 deles tiveram 100% da capacidade atual (300 lugares) lotado. Outros 3 shows, tiveram entre 60 e 80% de sua capacidade ocupada, 06 desses shows tiveram em torno da metade de sua capacidade ocupada e, somente 04 shows tiveram menos da metade de ocupação. Esse número, refiro-me a ingressos vendidos, não considero aqui convidados, ok?


Diante desses números chego a seguinte conclusão: os shows que já faziam sucesso de público (de verdade, o que considero sucesso são aqueles espetáculos que lotavam suas plateias de público pagante, diferente dos muitos espetáculos patrocinados que lotavam suas plateias de convidados, ONGs e formação de plateias gratuitas, impostas pelas leis de incentivos fiscais) antes da pandemia, continuam sendo muito bem procurados pelo público. Porém, aqueles espetáculos que já não faziam sucesso (de público) antes da pandemia, continuam não fazendo e, certamente continuarão não fazendo sucesso, mesmo depois da pandemia. Infelizmente!


Uma outra questão bastante importante a ser citada é a seguinte: não adianta correr atrás daquelas pessoas que ainda não querem sair de casa para se divertirem em um teatro ou show. À primeira vista parece ser a maioria, mas não é. Os números não mentem. Precisamos localizar as pessoas que estão dispostas a saírem de casa e irem à luta. Talvez esse seja o ‘pulo do gato’. E só pra lembrar e parodiar o filme “O Palhaço” de Selton Mello e o queridíssimo Paulo José (que nos deixou no mês passado) em uma de suas cenas, ele diz; “o gato bebe o leite, o rato come o queijo e eu NÃO sou palhaço” ... sou produtor cultural com experiência suficiente pra saber como levar meu público ao teatro!


Mas aí você pergunta: Mas João, como estão os outros teatros?

E eu respondo: fora um ou outro, a maioria está muito mal. Infelizmente. Mas o público, em sua maioria, sabe fazer boas escolhas; vide o nosso querido Eduardo Martini, que completou 3 meses de sucesso (de pagantes) com seu “ClÔ” no Shopping da Gávea.

Mas, infelizmente nem tudo é um mar de rosas. Vou contar pra vocês um segredo que aconteceu comigo:

Imaginem que fui assistir a colegas em cartaz no Teatro PetraGold (que eu cismo em chamar ainda de Teatro Leblon) com 03 pessoas na plateia, sendo todos convidados. Outros fazem temporada, durante todo o mês, colocando 13, 14, as vezes 27 pessoas ... sempre bem abaixo da capacidade máxima do teatro que é 40 pessoas. Triste isso, mas é a realidade.

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O pior vem agora...

Imaginem um superstar dos nossos palcos, estrear novo musical no Shopping da Gávea e, no dia de estreia, em um sábado, sem chuva, na nossa Cidade Maravilhosa, mesmo com o preço dos ingressos (erradamente) anunciado, no principal jornal da cidade, pelo valor de 1 real, não ter 40 pessoas na plateia. Entre eles, muitos convidados. Muito triste isso, não?

Mas por que digo isso?

Para chegar à conclusão que, independentemente dos teatros reabrirem suas portas, passar a operar com sua capacidade máxima de 100%, é necessário que a plateia (pagante) volte aos teatros.

Sem público (pagante) nos teatros, a roda não gira. A conta não fecha e os produtores não conseguem pagar suas contas.

Não adianta desejar sorte para o ‘coleguinha’ que está estreando, pelas redes sociais se ele não compra seu ingresso ou não divulga seu espetáculo entre seus tantos outros amigos nas mesmas redes sociais.

Pensem nisso?! Estou errado? Estou exagerando?!

Sempre preferi 02 ingressos vendidos que 1000 ‘boas sortes’ nas redes sociais. Boa sorte não paga as contas vencidas nem a vencer.

Fora isso, quanta gente eu vejo criticando quem já voltou aos palcos, mas na maioria, essas mesmas pessoas não perderam seu trabalho ou salário durante a maldita pandemia.

Quanta gente vejo desejando sorte aos ‘coleguinhas’, mas nunca se preocuparam em comprar um ingresso ou saber como o ‘colega’ conseguiu ficar tanto tempo sem pisar no palco, sem ter 1 centavo de bilheteria.

Será que pensam que todos que fazem teatro têm salários nas emissoras de televisão ou vivem de patrocínios e não precisam das bilheterias para sobreviver?

Importante lembrar aqui que não me refiro àqueles produtores que conseguiram alguns trocados através das leis emergenciais como a Aldir Blanc, mesmo sabendo que muitos deles, voltaram à dureza inicial da pandemia, assim que o dinheiro acabou.

Quantas cestas básicas de alimentos eu precisei doar para colegas de classe desempregados?

Aliás, não gosto do termo desempregado. A classe não está desempregada, ela está sem condições de trabalho.

Até quando meu Deus???

Antes de fazermos campanha para a reabertura dos teatros definitivamente, precisamos fazer Campanha para que as pessoas voltem a ocupar seus lugares na plateia.

Mas quem faria isso se ainda tem tanta gente lucrando com os teatros ainda fechados?

Mas aí, é outro papo, outra resenha para uma próxima Coluna, ok?

Aproveito a oportunidade para divulgar e Convidar os leitores para os meus próximos shows:

Segue a minha Programação:


Excelentes espetáculos em diferentes espaços. Não faltam razões para ir ao teatro


>De 03 a 25 de Setembro (exta e sábado 19h), no Teatro João Caetano:

GONZAGUINHA: 30 ANOS DE SAUDADES com Rogério Silvestre e banda;

> Dia 18 de Setembro (Sábado 20h), na Casa das Beiras (Rua barão de Ubá 341- Tijuca):

OS FEVERS com o cantor Augusto e banda,

> Dia 24 de Setembro (sexta-feira 20h) no FlashBack (Rua Paul Redfern 33 – Ipanema):

CARLOS COLLA no Show ‘Bye Bye Tristeza’

> Dia 29 de Setembro (quarta-feira 16h), no Imperator:

MARCIO GOMES no show ‘ETERNAS CANÇÕES’;

> Dias 01 e 02 de Outubro (sexta e sábado 19h), no Theatro Municipal de Niterói:

GONZAGUINHA: O ETERNO APRENDIZ com Rogério Silvestre e banda

> Dia 06 de Outubro (quarta-feira 16h), no Imperator:

GOLDEN BOYS no Show ‘63 Anos de Sucessos’

> Dia 29 de Outubro (sexta-feira 19h) no Teatro Refit:

> Dia 30 de Outubro (sábado 19h), no Theatro Municipal de Niterói:

EVINHA no Show ‘52 Anos de Carreira Solo’ com as participações especiais de sua irmã Marizinha (do Trio Esperança) e a sobrinha Renata Moraes (do grupo Fundo de Quintal)

> Dia 10 de Novembro (quarta-feira 16h), no Imperator:

TRIBUTO AO RAY CONNIFF Orquestra & Coral

> Clube Casa das Beiras (Rua Barão de Ubá 341 – Tijuca:

TRIBUTO AO ABBA (Dia 12/novembro – sexta feira 20h)

TRIBUTO AO RAY CONNIFF Orquestra & Coral (Dia 13/novembro – sábado 20h)


*João Luiz Azevedo

Produtor Cultural, apresentador de rádio

Sugestões e comentários pelo email

ou pelo tel/zap: 21- 99731-0933



4 Comments


Rapha Gomide
Rapha Gomide
Sep 21, 2021

Por isso o ArteCult.com procura sempre divulgar iniciativas como as suas. Parabéns, guerreiro João.

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Marcio Thadeu
Marcio Thadeu
Sep 21, 2021

Testemunho lúcido e muito pertinente !!!! O Teatro é nosso, vamos ocupar as Salas !!!

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Talluma De Luca
Talluma De Luca
Sep 21, 2021

Direto e excelente comentário.

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Aloysio Neves
Aloysio Neves
Jun 23, 2021

Uma bela matéria sobre esse tema tão sensível.

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