top of page

“Marco 27” – Santa Teresa na briga pelo bonde

Atualizado: 10 de ago. de 2021

Santa Teresa

Qual é sua missão

Bonde nos trilhos e

Júlio Lopes na prisão


Mais uma vez 27 de agosto. Mais uma vez dia manifestação pelo bonde e protesto pela tragédia ocorrida naquele fatídico 27 de agosto de 2011, onde morreu o motorneiro Nelson Correa da Silva e outras 56 pessoas ficaram feridas. Desde aquela data, os moradores criaram no bairro o denominado “Marco 27”, para que a memória da tragédia não seja esquecida e a luta pela manutenção do sistema de bondes seja permanente. Esse ano não será diferente: silenciosamente os moradores se preparam para fazer muito barulho.


Com a diminuição da intensidade da pandemia e recomendando que sejam cumprido todos os protocolos e exigências sanitárias, os moradores preparam uma grande manifestação-protesto. Além da homenagem que anualmente fazem às vítimas da tragédia a comunidade tem mais uma razão para protestar: o governador Cláudio Castro insiste na ideia de privatização do sistema de bondes. Os moradores são frontalmente contrários à privatização e querem um bonde popular, como principal sistema de transporte do bairro e que atenda principalmente aos moradores.


Programação do Marco 27

Para as principais lideranças do bairro, foi exatamente esse famigerado desejo de privatização e o abandono ao qual foi submetido o sistema dos bondes o responsável pela tragédia daquele 27 de agosto. Quando a tragédia aconteceu, fazendo um verdadeiro “mea culpa”, o então governador Sérgio Cabral afirmou: “Deixamos sucatear os bondinhos”.


Um sucateamento feito de descasos, arrogância e que obedecia a velha máxima: “vamos deixar sucatear para privatizar”. Para a comunidade, o símbolo de todo descaso e o inimigo Número 1 do bairro e também o responsável pelo aniquilamento do sistema de bondes e, consequentemente pela tragédia é o ex-secretário de transporte Júlio Lopes.


Uma tragédia anunciada



A culpabilidade de Júlio Lopes e de Sérgio Cabral ficou ainda mais evidenciada diante das constantes denúncias contra as péssimas condições dos bondes, a falta de manutenção, de reposição de peças. O “sucateamento” admitido por Sérgio Cabral foi por diversas vezes denunciado pela AMAST – Associação de Moradores de Santa Teresa -, em audiências publicas, reuniões e manifestação junto ao Ministério Público. Os dois, apesar de terem 35 milhões para recuperarem o sistema insistiram numa aventura de modernização dos bondes e trouxeram bondes que não se adaptavam a geografia do bairro, com muitas ladeiras.


Porém, apesar de todos os avisos e protestos dos moradores Júlio Lopes braço direito e uma espécie de assessor de luxo de Cabral prosseguia com seu desejo insano de privatização (modernização). Após a tragédia, por diversas vezes anunciada ele chegou a ser condenado, mas por razões que a própria razão desconhece, ainda não cumpriu a sentença. Sua culpabilidade aumenta, uma vez que ele sabia das precárias condições dos bondinhos, do risco que profissionais e turistas corriam, mas ainda assim fez cara de paisagem e ignorou o problema. Para grande maioria dos moradores deveria estar em Bangu fazendo companhia a seu chefe e amigo de fé, irmão camarada Sérgio Cabral


A indignação dos moradores tem outra razão: em 2008, a Justiça por meio de uma Ação Civil Pública havia determinado a recuperação de todo o sistema de bondes, o governo recorreu e perdeu. Em 2011 a Justiça voltou a determinar a execução da sentença do Ministério Público, determinando a recuperação o sistema de bondes, estabelecendo, inclusive, prazo para a execução das obras, mas 13 anos e quatro governadores - Cabral, Pezão, Witzel e Cláudio Castro -, se passaram e nada foi feito numa clara demonstração de que nossos governadores estão se lixando para as determinações judiciais e fazem o que querem sem ter que dar satisfação a ninguém.

Marco 27 – Largo das Neves

Esse ano não será diferente. Os moradores estão organizando um grande ato para a data não passar em branco. Será ao mesmo tempo um ato em memória das vitimas da tragédia de 27 de agosto e também um protesto contra o desprezo, o abandono e a insistência de nossas autoridades na privatização dos bondes.


Se há uma parcela do bairro muito indignada são os moradores do ramal Paula Mattos, que se estende até o Largo das Neves. Desde a tragédia de 2011, por uma decisão arbitrária de Sergio Cabral por recomendação de Júlio Lopes, o serviço de bondinhos foi totalmente paralisado. Depois de uma ampla reforma o ramal dois irmão foi reativado, mas o ramal da Paulo Mattos foi totalmente ignorado. Os moradores do Ramal Paulo Mattos querem a retomada das obras do bondinho naquele ramal e, a exemplo, dos demais moradores do bairro se colocam totalmente contrários à privatização dos bondes.


Comments


bottom of page