Volta do ramal Paula Mattos é a prioridade
- Virgilio Virgílio de Souza
- 11 de ago. de 2022
- 4 min de leitura

Flávio Vieira (de terno preto), O presidente da Central, se reuniu com moradores para falar dos planos para o sistema de bondes
Conforme prometido em reunião realizada na quarta-feira, (20 de julho) , com representantes da AMAST – Associação de Moradores de Santa Teresa -, o diretor presidente da Central – Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística -, Flávio Vieira acompanhado de engenheiros e outros colaboradores esteve na Estação dos bondes, no Largo do Guimarães na tarde desta quarta-feira (10), conversou longamente com os moradores e manteve a determinação de melhorar todo sistema de bondes a começar pela reforma da garagem localizada no Largo dos Guimarães e fazer voltar a circular o ramal Paula Mattos.
A intenção de Vieira que assumiu o cargo no último mês de abril, era comunicar aos moradores que as obras tanto do ramal Paula Mattos quanto da garagem se iniciariam ainda nesse mês de agosto, mas entraves burocráticos fizeram com que a notícia fosse adiada e a Central aguarda uma resolução da Coordenadoria Administrativa do Estado para que os trabalhos de recuperação se iniciem. A recuperação da garagem se iniciariam de forma imediata. Quanto ao ramal Paula Mattos, inicialmente será recuperado um trecho até o posto de Saúde próximo ao Bar do Gomes e num segundo momento as obras seriam concluídas até o Largo das Neves.
Se por um lado os representantes da Central estão otimistas, por outro, os moradores de mostraram animados. Talvez a principal notícia seja o fato da empresa que executava as obras ter entrado em acordo com a Secretaria de Transportes para dar continuidade às obras. Esse acordo é importante, pois caso houvesse uma ruptura de contrato, o Estado teria que realizar uma nova licitação o que demandaria no mínimo três meses de espera.
O impasse na volta dos bondinhos antigos
Um dos impasses da reunião entre os moradores e os representantes da Central se deu em decorrência dos moradores desejarem a recuperação de pelo menos três bondinhos dos oito ainda existentes e Flávio Vieira afirmar que esse assunto depende de estudos e só fará a recuperação desses bondinhos antigos se tiver total garantia de que eles oferecem total segurança aos usuários:
Sei que a recuperação dos bondinhos antigos é um desejo dos moradores, mas como não sou um especialista no assunto, não vou garantir que eles serão recuperados e voltarão a circular. Minha grande preocupação e minha prioridade é com a segurança dos usuários. Tenho conversado com pessoas que dominam o assunto, trocado muitas ideias e se há uma coisa que não vou abrir mão é em relação à segurança.
O assunto é tão polêmico que Marcelo Mazza e Luiz Cláudio de Melo, dois engenheiros experientes e especialistas em sistema de bondes que e estiverem presentes ao encontro do presidente da Central com os moradores pensam de maneira distinta sobre o aproveitamentos dos bondes antigos. Marcelo Mazza com mais de trinta anos trabalhando nessa área, e um dos responsáveis pela recuperação dos bondes do Corcovado afirma que é possível fazer os bondes antigos circularem com segurança com a realização de pequenas adaptações:
- Não estou falando de fazer gatilhos e nem inventando rigorosamente nada. Falo de um um trabalho sério que permita os bondinhos antigos voltarem a circular com total segurança. Estou disposto a participar dessa discussão e, poderíamos, inclusive, trazer o Engenheiro Bernardo que hoje trabalha nos bondinhos de Santos para colaborar nesse debate. Ele trabalhou em Santa Teresa por muitos anos e entende como poucos do sistema de bondes de Santa Teresa e dos bondinhos antigos. O problema dos bondinhos foi a falta de manutenção. É possível sim, se adaptar de forma segura o sistema de freios dos bondes novos nos antigos.. É uma questão de querer - afirmou.
Já o O engenheiro da Central Luiz Cláudio de Castro que trabalha na Central há 38 anos se mostra extremamente cauteloso e, alegando segurança, defende que os bondes antigos não sejam reaproveitados;
- Não se trata de gostar ou não dos bondinhos antigos, o problema diz respeito à segurança dos usuários. É extremamente complexo repor as peças e fazer a manutenção dos bondes centenários. Não podemos ter dúvidas em relação à segurança dos novos bondes. Seria muito temerário querer recuperar e colocar para circular os bondinhos antigos. Se há uma coisa da qual não podemos abrir mão na recuperação total do sistema dos bondes é a segurança - afirmou.
Marcelo Mazza e Luiz Cláudio Mello dois engenheiros experientes em lados opostos: um defende a volta dos bondinhos antigos o outro não.
No encontro desta quarta o diretor presidente falou de outras prioridades que quer ver solucionada o mais rápido o possível, como por exemplo, o sistema de bilhetagem nos bondes para facilitar a vida dos usuários. A empresa Rio Card realiza um estudo para diagnosticar qual seria o melhor sistema de bilhetagem para os bondes. A Central não trem qualquer responsabilidade sobre a política de preços nas passagens, pois essa é uma atribuição da Casa Civil do Governo do Estado. Outro objetivo é aumentar gradativamente número de bondes e diminuir os intervalos existentes. Atualmente apenas três bondes estão circulando entre 8 da manhã e 17h com um intervalo de dez minutos

Bom dia!
Sou moradora da Rua Oriente, gostaria de saber previsão ( alguma data, uma vez que se tem projeto, já é possível de ter uma data) para dar início aos trabalhos nos trilhos e sistema elétrico do bonde até aonde tem comércio na Rua Oriente.
Agradeço atenção!